O director do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência sublinha que «o consumo de droga continua a constituir uma importante ameaça para a saúde pública», registando-se anualmente entre sete e oito mil mortes por overdose na União Europeia.
Na sua mensagem a propósito do «Dia Internacional contra o abuso e o Tráfico de Ilícito de Drogas», a assinalar domingo, Wolfgang Gotz refere também que o panorama actual da droga na Europa «está a mudar», verificando-se «um aumento dos problemas associados ao consumo de drogas estimulantes, como a cocaína, e de novas substâncias que, cada vez mais, têm vindo a surgir no mercado europeu».
Na opinião do director do OEDT, «a prevenção e o tratamento da toxicodependência são dois grandes pilares da resposta europeia a este problema», sublinhando que, a partir dos anos 90, uma das principais conquistas da abordagem europeia tem sido o desenvolvimento gradual dos cuidados prestados aos consumidores de droga.
Todos os anos, na UE, pelo menos um milhão de pessoas recebe tratamento associado a problemas de consumo de droga e, paralelamente, são trocadas ou distribuídas aos toxicodependentes entre 50 e 100 milhões de agulhas e de seringas limpas, conjunto de «medidas que contribuíram para uma redução das novas infecções por VIH e para uma diminuição, em geral, dos níveis de consumo de droga injectável».
«Esta evolução não se verificou apenas em termos quantitativos, mas também a nível qualitativo. Actualmente, a base científica das intervenções é mais sólida e a avaliação tornou-se um elemento crucial da política da droga em muitos países», afirma Wolfgang Gotz, em comunicado citado pela Lusa.
Estes avanços reflectem igualmente a crescente importância atribuída à saúde pública nas políticas de droga europeias, sendo Portugal um dos exemplos citados desta tendência, por ter atraído, nos últimos anos, a atenção da comunicação social e dos debates políticos com a sua política sobre droga.
Segundo o director do OEDT, o caso de Portugal mostra como foram necessários vários anos para desenvolver um novo modelo de política sobre droga e combater o grave problema que se fazia sentir no país a esse nível.
«Apesar dos debates se terem centrado quase exclusivamente na controversa descriminalização do consumo de droga, é de notar que essa descriminalização é apenas um dos elementos de uma abrangente política orientada para a saúde pública», refere Wolfgang Gotz.
PROVEITO
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REALMENTE
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