LESTE HUMBE E OVAMBO

LESTE HUMBE E OVAMBO

Os povos que vão dar origem aos reinos do kwanyama, kuamati, Evale, Dombondola e de Kafima, têm origem na região do baixo Kubango. Emigrante para a actual região sul e instalaram-se nas regiões compreendidas entre os rios Cunene e Kubango. Aqui instalados, conseguiram desenvolver variadíssimas actividades económicas e sociais.

ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA E MILITAR

Os ovambos, pelas suas características, são essencialmente exímios criadores de gado bovino e tosa a estrutura social gravita á volta dessa actividade. A isto junta-se a sua metalurgia do ferro, que ganhou importância significava para agricultura de cereais, caça e para as necessidades da defesa. O ferreiros ocupavam uma posição importante na hierarquia social e politica no interior do próprio Estado. Tal influenciou profundamente  estrutura militar erguida. Possuíam uma estrutura militar poderosa para realizar conquistas territoriais e defender dos ataques externos. Dentro da hierarquia militar o Chefe supremo era chamado «Ondjai», enquanto o comandante com a tropa e depois encaminhava-se a decisão final para o rei homologar. As suas tácticas militares eram extremamente eficazes e foram amplamente utilizadas para se defenderem dos ataques dos portugueses no último quartel do século IIX e principio do XX. Apesar da superioridade bélica dos Portugueses, não foi tão fácil a conquista do Estados. Frequentemente havia avanços e recuos. A ocupação definitiva dos Estados Ovambo pelo portugueses só ocorreu em 1918, com a conquista do Kwanyama. Isso permitiu, anos mais tarde, a  delimitação da fronteira sul, em 1926, entre portugueses e sul africanos.

A INDEPENDÊNCIA DOS DEMBOS (1872-1907)

Pouco tempo depois da assinatura do «acordo de paz» fictício, os portugueses retiram-se dos Dembos, pressionados pela inexistência de condições e harmonia social entre os colonizados e os colonizadores.

Com a retirada dos portugueses, os Dembos entraram para a senda da independência o que fez com que os povos vizinhos fossem contagiados pelo clima da liberdade. Foi neste contexto que, em 1987, os povos de Ambaca e parte de kalandula (duque de Bragança) se tornaram dissidentes. A situação tornou-se difícil e o facto não deixou de ser participado a Luanda, a partir da qual, foram pedidos socorros urgentes a Malange, visto que nas localidade não havia homens para combater os dissidente que contavam com o apoio de Kazuangongop, tendo já posto os seus guerreiros a caminho para socorrer os seus acto de solidariedade patriótica.

 

 

 

A MARGINALIZAÇÃO DOS «ANGOLENSES» E OS APELOS AUTONOMISTAS.

A marginalização dos angolanos durante o período colonial foi económica, social, politica e cultural. Alguns economistas (Amaral, 2004) consideram que «no período anterior à independência, Angola registava avanços significativos no seu desenvolvimento económico e social, decorrentes do facto da potência colonizadora – Portugal – querer recuperá-la do atraso a que fora devotada, ao longo de cerca de cinco séculos, com o objectivo estratégico de conter o ímpeto dos movimentos nacionalistas na sua contra a ocupação colonial, balizadas pelos anos de 1961- 1974» (p. 49). No entanto, é preciso lembrar que esses avanços económicos e sociais não resolveram as acentuadas desigualdades sociais entre portugueses e angolanos, onde estes últimos estavam, na sua maioria, excluídos dos rendimentos dessas exportações.

Havia restrições no acesso a determinados empregos e promoção no aparelho administrativo colonial no meio urbano e no meio rural. As populações foram submetidas a pesados impostos  e obrigatórios, a expropriação de terras, ás culturas obrigatórias, ao estatuto do indigenato e ao trabalho forçado. Por um lado, permitiu a integração das Comunidades rurais nos circuitos económicos coloniais, mas por outro, não trouxe benefícios sociais significativos.

Os angolanos continuaram marginalizados durante o período colonial e não podiam utilizar as suas línguas nacionais no ensino, na imprensa nas celebrações religiosas, na administração pública e no sistema de justiça. Viveu-se um processo de marginalização cultural, económica e social.

A Instalação do sistema colonial português em África só foi acelerada no último quartel do século XX, porquanto antes desse período o interesse pela conquista das terras africanas  não fazia parte das preocupações da elites locais. A presença portuguesa em África fez das possessões africanas centro privilegiado de recrutamento de mão-de-obra para as plantações do Brasil.

Com a independência do Brasil, em 1822, os portugueses virara-se para o continente africano e surgem em Lisboa os primeiros planos para instalar o sistema colonial.

No entanto, na sociedade portuguesa, despontava já um sector que tentava novas formas de exploração colonial, o que despertou o interesse de parte da burguesia em criar condições para explorar matérias-primas para a nascente industria e canalizar os produtos manufacturados para as possessões africanas. Segundo Ângela Guimarães, «não havia em Portugal um burguesia industrial suficientemente forte que se construísse em suporte de uma Politica colonial agora virada para os territórios  africanos. As divergências que as classes possidentes revelaram no respeitante á aplicação de projectos económicos e políticos na metrópole eram extensivas ás colónias. O arrastar dessas contradições fizeram com que diversos projectos fossem sucessivamente adiados, mas não são só as contradições dos interesses instalados em Lisboa explicam o adiar da aplicação dos projectos coloniais. Há também a assinalar a resistência dos traficantes em reconverter a economia, a reacção dos povos africanos á invasão dos seus territórios, a falta de meios financeiros e de um projecto global de colonização.

Neste quadro, surge o primeiro projecto de carácter global, apresentado em Dezembro de 1826, por Braklami, á corte portuguesa. Estabelece as acções a aplicar em África como a preferência pelo trabalho livre, a isenção de direitos no comércio entre Portugal e as colónias, o fomento da educação, a expansão da religião e o desenvolvimento da exloração cientifica conferindo á actividade colonial uma importância particular no quadro da economia portuguesa. A exploração colonial é vista como a fonte privilegiada de acumulação primitiva de capitais pata o desenvolvimento da incipiente industria portuguesa. Infelizmente, esse projecto não teve aplicação prática, porque não foi acompanhado de uma legislação consistente.

 

RESISTÊNCIAS ARMADAS AFRICANA: DEMBOS

Existem várias explicações sobre o surgimento do nome «Dembos» (Ndembu). A primeira visão consiste em que, em 1532, o rei do Congo conquistou a anexou a região entre Dande e o Zenza, a que mais tarde chamou «Dembos» a segunda versão consubstancia-se no facto de existir na mesma região uma área denominada «Dembi» segundo David magno, Dembi e Dembe deram lugar á designação «Dembos», o que, no plural de Kimbundu  se diz: »Jindembu», enquanto que no singular da mesma língua é «Ndembu» ou seja dos seus senhores.

A terceira versão é a de Henriqueses Galvão, que  considerou a palavra »Dembo» com o significado de «Capitão»  e este  subordinava-se ao reino do Congo, exercendo a autoridade militar e administrativa da sua área de jurisdição. Para Galvão, Dembo é autoridade superior da organização indígena local. A tradição oral da região dos Dembos designa o capitão  como «kapita ka Matoko», o que quer dizer xapitão ou Chefe de jovens; «ka» significa «dos» enquanto que «Matoko» significa «jovens», logo Capitão é o comandante dos jovens, o homem que dirige as operações militares, também considerado Ministro da Guerra. Portanto, podemos dizer que os povos Dembos são de origem Bantu, pertecentes á etnia Kimbundu, apesar de laguns pertecerem á etnia bakongo, como é o caso do dembo Ambuil-a-andula.

 

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